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M O R N I N G S E S S I O N SÁGUA MOLE, PEDRA DURA.
Por Pedro Scansetti - @pedroscansetti
Fotos: Carolina Pércia - @percia.tattoo -
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Nasci no mar, sempre ligado ao surf por conta do meu pai. Meus primeiros registros com uma prancha (mesmo que em cima de um sofá...rs) vem antes de 1 ano de idade, presente de amigo da família. Do inconsciente até o momento que de fato o surf passou a moldar minha avida, cheguei aqui. A um estado que tudo ao redor se resume ou se justifica para estar mais tempo na água salgada.
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A vista do mar para a cidade é rodeada de morros, dentre estes morros, se encontram centenas de vias para escalada. Um amigo casca grossa dos boulders com o qual surfava de vez em quando foi quem me fez o primeiro convite para conhecer esse universo. Foi necessário apenas uma manhã para no dia seguinte eu estar comprando sapatilhas e magnésio. A época era propícia, dias quentes de verão, a praia fervia em baixo do sol enquanto eu, embrenhado na mata atlântica, desafiava a lei da gravidade ao melhor estilo "largatixa". Mas isso não durou muito.
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Cresci no mar, mas esta ligação transbordou para além da costa. Este contato com a adrenalina proporcionada pelo surf sempre me fez buscar outros hobbies nos dias sem ondas. E isso, na cidade do Rio de Janeiro, foi algo aparentemente fácil, porém disperso. Aquele famoso dilema de quando se tem muitas opções uma dessas atividades foi facilitada pela geografia carioca.
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O mar de repente virava um destino distante e tudo ao seu redor também. Adentrava à época mais tenebrosa de nossa geração, e assim um hiato em muitas de nossas atividades. Mas isso é outra história.
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Em direção ao mar reencontrei. Atualmente moro longe das ondas as quais cresci e as rochas as quais flertei, porém perto de outras.
O meu destino não tinha nenhuma surpresa em relação ao surf, impossível estar longe da maresia. Mas o que eu não contava era que aqui em Baleal, uma pequena vila de Portugal, teria em seus arredores algumas vias. Minha companheira, quando no Rio morava, escalava e uma das amizades que vim a ter aqui também. Pronto, tava feito! Era a fome com a vontade de comer. E como uma cereja do bolo, as paredes se encontram justamente junto ao mar, fazendo com que na maré cheia sejamos levados para o surf, e nas marés vazias as rochas. Uma coincidência muito oportuna e que daqui em diante será muito bem aproveitada com uma pitada de sal, adrenalina, suor e uns raladinhos acolá. -